2 de outubro de 2009

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Não saberei nunca dizer adeus

Afinal, só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo, só nós não podemos ser

Talvez o amor, neste tempo, seja ainda cedo


Não é este sossego que eu queria,
este exílio de tudo, esta solidão de todos


Agora não resta de mim o que seja meu
e quando tento o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca


Nenhuma palavra alcança o mundo, eu sei

Ainda assim, escrevo.

Mia Couto